sexta-feira, 31 de maio de 2013

O CÉREBRO

Para quem não conseguiu acompanhar as reportagens sobre o funcionamento do cérebro vai aí a série veiculada pelo jornal da Globo. Vale a pena assistir e conhecer um pouco mais de nossa maior e mais incrível ferramenta.

EPISÓDIO 1



EPISÓDIO 2


EPISÓDIO 3



EPISÓDIO 4



EPISÓDIO 5




sexta-feira, 10 de maio de 2013

Precisamos ouvir mais os clientes
O CASO PONTIAC E O SORVETE DE BAUNILHA



Pontiac dos anos 1960.
 "Pontiac", da General Motors dos EUA, recebe uma curiosa carta de reclamação de um cliente. 

Eis o que este cliente escreveu:
 
"Esta é a segunda vez que mando uma carta para vocês e não os culpo por não me responder. Eu posso parecer louco, mas o fato é que nós temos uma tradição em nossa família, que é a de tomar sorvete depois do jantar. Repetimos este hábito todas as noites, variando apenas o tipo de sorvete, e eu sou o encarregado de ir comprá-lo. Recentemente, comprei um novo Pontiac, e desde então minhas idas à sorveteria se transformaram num problema. Sempre que eu compro sorvete de baunilha, quando volto da sorveteria para casa, o carro não funciona. Se comprar qualquer outro tipo de sorvete, o carro funciona normalmente. Os senhores devem achar que eu estou realmente louco, mas não importa o quão tola possa parecer a minha reclamação, o fato é que estou muito irritado com o meu Pontiac modelo 99."
A carta gerou tantas piadas do pessoal da Pontiac que o presidente da empresa acabou recebendo uma cópia da reclamação. Ele resolveu levar o assunto a sério e mandou um engenheiro conversar com o autor da carta. 

O funcionário e o reclamante, um senhor bem sucedido na vida e dono de vários carros, foram juntos à sorveteria no fatídico Pontiac. O engenheiro sugeriu sabor baunilha, para testar a reclamação, e o carro efetivamente não funcionou. O funcionário da General Motors voltou nos dias seguintes, à mesma hora, fez o mesmo trajeto, no mesmo carro, e só variou o sabor do sorvete. Mais uma vez, o carro só não pegava na volta quando o sabor escolhido era baunilha. 

O problema acabou virando uma obsessão para o engenheiro, que passou a fazer experiências diárias anotando todos os detalhes possíveis e, depois de 2 semanas, chegou à primeira grande descoberta. Quando escolhia baunilha, o comprador gastava menos tempo, já que este tipo de sorvete estava bem na frente. Examinando o carro, o engenheiro fez nova descoberta: Como o tempo de compra era muito mais reduzido no caso da baunilha, em comparação com o tempo dos outros sabores, o motor não chegava a esfriar. Com isso os vapores de combustível não se dissipavam, impedindo que a nova partida fosse instantânea. 

A partir desse episódio, a Pontiac mudou o sistema de alimentação de combustível em todos os modelos a partir da linha 99. Mais do que isso, o autor da reclamação ganhou um carro novo, além da reforma do carro que não pegava com o sorvete de baunilha. 

A General Motors distribuiu também um memorando interno, exigindo que seus funcionários levem a sério até as reclamações mais estapafúrdias. 

Diz a carta da GM SOCIESC - Capacitação Empresarial: 

"Por mais ridícula que possa ser a reclamação, ela sempre deve ser levada em consideração, pois pode ser que uma grande inovação esteja por trás de um sorvete de baunilha."


Acesse o site do professor mauro: www.profmauro.com

 



quinta-feira, 2 de maio de 2013


AS 10 MELHORES TÉCNICAS DE ESTUDO, SEGUNDO A CIÊNCIA
adaptado da publicação de Walmar Andrade em 25/02/2013

Um estudo recentemente publicado em janeiro de 2013 na revista científica Psychological Science in the Public Interest avaliou dez técnicas comuns de aprendizagem para classificar quais possuem de fato a melhor utilidade. O resultado do paper traz algumas surpresas para o estudante.
Técnicas bastante populares no Brasil, como resumir, grifar, utilizar mnemônicos, visualizar imagens para apreensão de textos e reler conteúdos foram classificadas como as de utilidade mais baixa.
Três práticas foram encaradas como de utilidade moderada: interrogação elaborativa, auto-explicação e estudo intercalado.
E as duas que obtiveram o mais alto grau de utilidade na aprendizagem foram as técnicas de teste prático e prática distribuída.
É a ciência desaprovando boa parte do meu método de estudo, muito baseado em resumos, grifos, e mnemônicos. Por outro lado, foi confirmada a impressão de que a realização de exercícios em doses cavalares era extremamente efetiva para o estudo para concursos públicos. 
Importante lembrar que o ranking reflete os resultados do estudo, porém cada pessoa tem o seu estilo de estudo e nada está escrito em pedra.

Veja o resultado da pesquisa mostrando as dez técnicas, das piores para as melhores.

10º lugar - Técnica de grifar  (baixa utilidade)

Tão fácil quanto ineficiente.

Prepara-se para dar um descanso ao seu marca textos amarelo. O estudo aponta que a técnica de apenas grifar partes importantes de um texto é pouco efetiva pelos mesmos motivos pelos quais é tão popular: praticamente não requer esforço.
Ao fazer um grifo, seu cérebro não está organizando, criando ou conectando conhecimentos. Então, grifar só pode ter alguma (pouca) utilidade quando combinada com outras técnicas.

9º lugar - Técnica da releitura (baixa utilidade)

Deixa eu ler pela quinta vez…

Reler um conteúdo, em regra, é menos efetivo do que as demais técnicas apresentadas. O estudo, no entanto, mostrou que determinados tipos de leitura (massive rereading que significa 'releitura maciça') podem ser melhores do que resumos ou grifos, se aplicados no mesmo período de tempo. A dica é reler imediatamente depois de ler, por diversas vezes.

8º lugar - Técnica da associação mnemônica (baixa utilidade)

Remember, remember, SoCiDiVaPlu.

Segundo o dicionário Houaiss, mnemônico é algo relativo à memória; que serve para desenvolver a memória e facilitar a memorização (diz-se de técnica, exercício etc.); fácil de ser lembrado; de fácil memorização.
Em apostilas e sites de concursos públicos, é muito comum ver o uso de mnemônicos com as primeiras letras ou sílabas, como SoCiDiVaPlu para decorar os fundamentos da República Federativa do Brasil (artigo 1º da Constituição).
O estudo da Psychological Science in the Public Interest mostrou que os mnemônicos só são efetivos quando as palavras-chaves são importantes e quando o material estudado inclui palavras-chaves fáceis de memorizar.
Assuntos que não se adaptam bem a geração de palavras-chaves não conseguiram ser bem aprendidos com o uso de mnemônicos. Então, utilize-os em casos específicos e pouco tempo antes de teste.

7º lugar - Técnica dos mapas mentais (baixa utilidade)

Exemplo de mapa mental.

Os pesquisadores pediram que estudantes imaginassem figuras enquanto liam textos. O resultado positivo foi apenas em relação a memorização de frases. Em relação a textos mais longos, a técnica mostrou-se pouco efetiva.
Surpreendentemente, a transformação das imagens mentais em desenhos também não demonstrou aumentar a aprendizagem e ainda trouxe o inconveniente de limitar os benefícios da imaginação.
Isso não invalida completamente o uso de mapas mentais para estudos, já que esses consistem além de desenho a conexão de ideias e conceitos.
De qualquer maneira, o resultado do estudo é que a visualização não é uma técnica efetiva para provas que exijam conhecimentos inferidos de textos.

6º lugar - Técnica do resumo (baixa utilidade)

Vou resumir para você.

Resumir os pontos mais importantes de um texto com as principais ideias sempre foi uma técnica quase intuitiva de aprendizagem.
O estudo mostrou que os resumos são úteis para provas escritas, mas não para provas objetivas.
Embora tenha sido classificado como de utilidade baixa, a técnica de resumir ainda é mais útil do que grifar e reler textos. O paper diz que a técnica pode ser uma estratégia efetiva para estudantes que já são hábeis em produzir resumos.

MELHORES TÉCNICAS

5º lugar - Técnica da Interrogação elaborativa (alta utilidade)

Por que é que a vida é assim?

A técnica de interrogação elaborativa consiste em criar explicações que justifiquem por que determinados fatos apresentados no texto são verdadeiros.
O estudante devem concentrar-se em perguntas do tipo Por quê? em vez de O quê?.
Seguindo o exemplo que demos pouco antes, em vez de decorar um mnemônico como SoCiDiVaPlu, o ideal seria perguntar-se por que o Brasil adota a dignidade da pessoa humana como fundamento da República? E buscar a resposta na origem do estado democrático de Direito e na adoção do princípio da dignidade da pessoa humana pelas principais democracias ocidentais após a Revolução Francesa.
Note que esse tipo de estudo requer um esforço maior do cérebro, pois concentra-se em compreender as causas de determinado fato, investigando suas origens.
Falando especificamente de concursos públicos, a interrogação elaborativa é um grande diferencial na hora de responder redações e questões discursivas.

4º lugar - Técnica da autoexplicação (alta utilidade)

Entendeu, Eu Mesma?

A autoexplicação mostrou-se ser uma técnica útil para aprendizagem de conteúdos mais abstratos. Na prática, trata-se de ler o conteúdo e explicá-lo com suas próprias palavras para você mesmo.
O estudo mostrou que a técnica é mais efetiva se utilizada durante o aprendizado, e não após o estudo.


3º lugar - Técnica do estudo intercalado (alta utilidade)

Vou alternar as matérias, na ordem dessa pequena pilha.

O estudo intercalado é o que se chama de rotação de matérias.
A pesquisa procurou saber se era mais efetivo estudar tópicos de uma vez ou intercalando diferentes tipos de conteúdos de uma maneira mais aleatória.
Os cientistas concluíram que a intercalação tem utilidade maior em aprendizados envolvendo movimentos físicos e tarefas cognitivas (como ciências exatas).
O principal benefício da intercalação, como já havíamos observado, é fazer com que a pessoa consiga manter-se mais tempo estudando.


2º lugar - Técnica da realização de testes práticos (alta utilidade)

Simular é o melhor caminho.

Realizar testes práticos sobre o que você está estudando é uma das duas melhores maneiras de aprendizagem. A pesquisa científica mostrou que realizar testes práticos é até duas vezes mais eficiente do que outras técnicas.
No caso específico de concursos públicos, a recomendação é fazer toneladas de exercícios de provas anteriores. Não apenas do cargo para o qual você está estudando, mas qualquer tipo de questão que encontrar pela frente.
A maneira mais fácil de realizar testes é utilizando sistemas específicos para isso, como o site Questões de Concursos.

1º lugar - Técnica da prática distribuída (alta utilidade)

Vou rever o conteúdo a cada 15 dias.

A prática distribuída consiste em distribuir o estudo ao longo do tempo, em vez de concentrar toda a aprendizagem em um bloco só (na véspera da prova).
Pesquisas mostram que o tempo ótimo de distribuição das sessões de estudo é de 10% a 20% do período que o conteúdo precisa ser lembrado. Por essa conta, se você quer lembrar algo por cinco anos, você deve espaçar seu aprendizado a cada seis meses. Se quer lembrar por uma semana, deve estudar uma vez por dia.
A prática distribuída também pode ser interpretada como a distribuição do estudo em pequenos períodos ao longo do dia, intervalando com períodos de descanso. Por exemplo, uma hora de manhã, uma hora à tarde e outra hora à noite.
Essa é exatamente a teoria de Tony Schwartz aplicada em técnicas de timebox como a Pomodoro Technique.

Referências:

Dunlosky, John et al. Improving Students’ Learning With Effective Learning Techniques: Promising Directions From Cognitive and Educational Psychology. Psychological Science in the Public Interest.
DOI: 10.1177/1529100612453266. Kent State University, 2013.